terça-feira, 13 de dezembro de 2011


Memórias de uma corredora 12/11/2011

Serra do Rio do Rastro SC

Hoje relembrei dos meus tempos de infância ao correr por uma estrada chamada Rota do Chá aqui em Registro. Quando ia passar as férias na casa dos meus avós em Rio Preto RJ, naquele tempo férias eram 3 meses (tudo de bom)! Achava fantástico atravessar a ponte e já estávamos no Estado de Minas. Como ônibus eram em horários esporádicos, muitas das vezes íamos caminhando sem fim para fazenda da Glória, meus avós eram colonos. Chegamos em alguns momentos caminhar a noite, nesta época eu devia ter uns 9 anos e lembro-me bem de nossas andanças. Quando tínhamos sorte, conseguíamos carona no caminhão do leite ou com uma santa alma que passava por lá. Caminhávamos entre 10 e 15km, sinceramente não lembro-me da distância exata, mas para mim era um caminhar sem fim.
Pois bem, hoje eu e Marcio quando saímos para correr pedi que ele fizesse o roteiro, normalmente sou eu quem faço. Para minha felicidade ele indicou a “Rota do Chá” (a tempos queria conhecer), pela hora não era o recomendável,  mas o extinto de aventura e descobrir o novo foi mais forte.
Diferente de correr na cidade, esta estrada não tem iluminação pública, é uma estrada aberta ao meio de uma mata. Não poderíamos demorar, logo escureceria já eram cerca de 19:30h. No entanto, a adrenalina de correr era mais importante neste momento e foi com este ímpeto que seguimos observando a natureza em silêncio. Algumas poucas casas pela estrada, talvez umas quatro, encontramos algumas pessoas, dentre elas três crianças que nos olharam assustadas; devem ter pensado: “nossa quem são esses”? Mas não deixaram de nos esboçar um belo sorriso com olhos esbugalhados. Um rapaz correndo, afoito para chegar em casa após um dia de trabalho. Entre esse silêncio, de repente ouvimos uma respiração, olhamos para trás e avistamos um corredor, corredor mesmo. Um senhor de mais ou menos 60 anos, super bem disposto, passou por nós com velocidade de 30 anos e nós ficamos ali nos entreolhando sorrindo e pensado...”caramba que disposição”. Claro, para não ficar por menos fiz o comentário...”é para isso que eu corro, para chegar aos 60 anos com esse pique”! Sorrimos!
Sabíamos que esta rota ia dar em um bairro, mas desconhecíamos. Ele nos informou que chegaríamos no bairro Agrochá e faltavam cerca de 1km e meio. Já tínhamos corrido uns 8km (40min) e pensamos por que não ir um pouco mais adiante.  Chegando a um cruzamento, pedimos informação a um senhor,  o que não nos ajudou muito. Não sabia nos informar com precisão quantos km teríamos que correr para chegar a estrada de asfalto. A vantagem é que pegaríamos a iluminação da estrada. Neste momento, o anoitecer chegava e o bom senso dizia VOLTEM.  Optamos em retornar pelo mesmo trajeto. Que aventura de verdade, o suor escorrendo e os borrachudos atacando, além dos mosquitinhos infernais entrando no olho. Poderíamos abaixar a cabeça para que a aba do boné nos ajudasse, no entanto não enxergávamos aonde pisávamos. Escolhas.
A noite adentrando pela estrada/mata, a única iluminação era dos vaga lumes que me pareciam mais um farol de bicicleta pelo tamanho. Lembramos dos tempos de infância que pegávamos potes de vidro para pegar os vaga lumes, que delícia! Quer dizer era um tempo muito bom, porque não cheguei a comê-los.
Só ouvíamos nossas respirações ofegantes, o receio da escuridão e o isolamento tornou a volta mais rápida, cerca de cinco minutos. Víamos o clarão da estrada, mas não enxergávamos os buracos. Só avistamos algumas (coisas) escuras no caminho, mas não identificávamos se era galhos ou animais, nesse instante o receio já assombrava a mente.
Quando finalmente chegamos próximo a “civilização”, tomamos um fôlego, rimos e agradecemos pela vida!
Quando corremos a mente divaga, pensamos em tantas coisas: na respiração, na pisada, na dificuldade, na próxima subida, em como esta difícil ou fácil hoje ou mesmo naquela água de coco e melancia que nos aguarda em casa. Pode ser também naquele copo de chopp super gelado, naquela pizza, nessa hora você sente até o cheiro. Como é bom correr, me permite um pouco disso e muito mais.

Joana D`Arc corredora há 8 anos.




sábado, 24 de setembro de 2011

Artigo: Turismo no cenário brasileiro




Próxima terça 27 de setembro será comemorado o Dia Mundial do Turismo num cenário bastante reflexivo onde ocorreram mudanças de ministros do Turismo numa realidade comum, constado pela corrupção, ganância e interesses pessoais na política brasileira.

Desde que o Turismo foi apresentado pela mídia e literatura em geral com uma frase que se tornou “chavão”: “O Turismo gera desenvolvimento econômico de uma nação, fomenta e interfere diretamente e indiretamente em mais de 51 setores da economia, promovendo empregos e rendas”. Podendo se assim dizer, que apesar de se caracterizar no terceiro setor da economia com bens e serviços é considerado uma indústria pelo geração de empregos.

Não mudou absolutamente nada nestes últimos anos, infelizmente não é uma profissão reconhecida e muito menos regulamentada. Com as trocas de governo, não observamos  mudanças positivas neste cenário do Turismo, pelo contrário notamos problemas caóticos previstos há muito tempo sem solução. É preciso ter visão, investir e elaborar um plano de governo à longo prazo, porém com resultados imediatos. Uma realidade aparente do nosso País, problemas urbanos que interferem na vida dos moradores e turistas.

O amadorismo é um outro grande problema vivido. Faltam profissionais na área do turismo, é óbvio como não é uma profissão reconhecida e na maioria das cidades não ocorrem concursos o que apresenta um resultado claro da má qualificação.
Felizmente esta realidade esta mudando em alguns estados com a realização de concursos, mesmo que timidamente.  Alguns anos li esta frase que dizia que “o turismo engatinha” e sinceramente hoje não vejo muita diferença.

O Brasil é um País emergente que começa a surgir/destacar no mundo, ao ponto de jovens de outros países se interessarem em conhecer a nossa cultura e idioma, porque vêem em nosso País um destaque para economia mundial. E nós brasileiros vemos o nosso País desta forma? Nunca tivemos uma economia tão expressiva como exemplo da classe C e D conseguirem conquistas pessoais como estudar, eletrodomésticos, automóveis e viagens. Caros leitores vejam bem, cogita-se a possibilidade do Brasil emprestar dinheiro para Europa, veja bem que situação mais inóspita para um País caracterizado do terceiro mundo. Mas é claro temos necessidades muito mais emergências aqui, seria contra o bom senso deixar de cuidar da nossa casa, colocando em risco a nossa economia para solucionar os problemas dos outros.

Em todos os Estados brasileiros as obras para os grandes acontecimentos como Copa e Olimpíadas estão a todo vapor, alguns Estados, porém estão atrasados.  Como citei, se os planos diretores fossem vistos com maior seriedade não precisava hoje enfrentar essa situação, um canteiro de obras em todo país, o que super valoriza as grandes construtoras, mão de obra e as ditas licitações (que sabemos que muitas delas ocorrem indevidamente).

Essa reflexão do cenário econômico brasileiro nos submete a análise do chavão que citei, é um paradoxo tão simples, visível e ao mesmo tempo tão utópico. A interferência do turismo na economia brasileira e o desenvolvimento.
Um País com beleza naturais tão peculiares e com um potencial turístico inquestionável, pode se destacar ainda mais desde que nós brasileiros comecemos de verdade analisar com muito cuidado os candidatos que elegemos.

Como brasileira convicta, torço veemente para que nos próximos anos, nós Turismólogos sejamos valorizados e reconhecidos dentro deste cenário de desenvolvimento do nosso País, colaborando de forma profissional e ética.

                                                                                                                              Joana D`Arc
                                                                                                                             Turismóloga



2º Seminário em Comemoração ao Dia Mundial do Turismo